Queimadas aumentam os riscos de doenças respiratórias; atenção redobrada é recomendada para idosos, crianças, gestantes e pessoas com condições crônicas
Em razão do clima seco que marca o período de estiagem, 220 dos 246 municípios goianos estão sob alto risco de incêndios. (Foto: Braz Silva/IMED)
Durante o período de estiagem, o Hospital Estadual de Formosa (HEF) reforça o alerta sobre os cuidados essenciais com a saúde, principalmente devido às mudanças climáticas e ao aumento das queimadas no estado. A unidade do Governo de Goiás, administrada pelo Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimento(IMED), chama a atenção para os impactos dessas condições na qualidade do ar e no bem-estar da população, especialmente dos grupos mais vulneráveis.
De acordo com dados da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad-GO) e do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), foram registrados 1.030 focos de queimadas em Goiás entre janeiro e julho de 2025, uma redução de 34,1% em relação ao mesmo período de 2024, que contabilizou 1.565 focos. Ainda assim, o cenário voltou a se agravar em agosto, quando os registros aumentaram 152% em apenas uma semana, passando de 288 para 728 focos.
Segundo o Corpo de Bombeiros Militar de Goiás, mais de 344,5 mil hectares já foram queimados no estado de Goiás em 2025. Além disso, 220 dos 246 municípios goianos estão sob alto risco de incêndios, em razão do clima seco, das altas temperaturas e dos ventos intensos que marcam o período de estiagem. Formosa está entre as cidades que registram elevado número de focos de incêndio neste ano.
Para o coordenador do Pronto-Socorro do HEF, Dr. Wanderson Santana de Almeida, o fim do período da estiagem exige atenção redobrada, pois o clima quente e a vegetação seca ainda favorecem a ocorrência de incêndios em áreas rurais. “Mesmo com a chegada da primavera, os focos de incêndio podem persistir e continuar afetando a qualidade do ar. É fundamental manter cuidados, principalmente com os grupos de risco, que incluem idosos, gestantes, crianças e pessoas com doenças respiratórias, como asma e DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica). A fumaça liberada por esses incêndios contém partículas tóxicas que comprometem a saúde respiratória e agravam quadros clínicos preexistentes”, ressalta o médico.
Ele explica que a fumaça proveniente das queimadas contém micropartículas de substâncias nocivas que, ao serem inaladas, podem causar diferentes reações, dependendo do tempo e da intensidade da exposição. “Os sintomas variam desde irritação na garganta, olhos e narinas até alergias cutâneas e dificuldades respiratórias mais graves, como tosse persistente e falta de ar”, alerta Dr. Wanderson.
Proteção Respiratória durante a Estiagem
Para reduzir os impactos das queimadas e da poluição do ar à saúde, é fundamental adotar cuidados diários. Manter-se bem hidratado auxilia na lubrificação das vias respiratórias e na eliminação de toxinas. Em dias com maior concentração de fumaça, recomenda-se o uso de máscaras para diminuir a inalação de partículas nocivas, além de evitar atividades ao ar livre, especialmente nos horários de maior calor e presença de fumaça.
Além dessas medidas, é importante ficar atento a sinais de alerta, como sangramentos nasais, tosse persistente ou dificuldade para respirar. Estes sintomas podem indicar irritação intensa das vias aéreas ou agravamento de condições preexistentes, tornando indispensável a avaliação médica rápida.
Segundo o Dr. Wanderson Santana de Almeida, algumas medidas simples podem fazer grande diferença na proteção respiratória. “Permanecer em ambientes ventilados, com ar-condicionado ou purificadores de ar, ajuda a reduzir a exposição. Máscaras cirúrgicas, de pano ou lenço protegem contra partículas mais grossas, enquanto modelos N95, PFF2 ou P100 oferecem maior eficácia contra partículas finas. Caso surjam sintomas respiratórios intensos, buscar atendimento médico imediato é essencial”, orienta o médico do HEF.
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