Monitoramento Proativo com IA: uma alternativa à crescente criminalidade no Brasil

Emerson Douglas Ferreira*

 

Detectar movimentos e objetos incomuns, a vinda de uma moto com alguém na garupa ou uma pessoa rondando um local por um tempo excessivo são apenas algumas das anomalias que podem ser detectadas por um sistema de monitoramento inteligente, bem como um veículo parado em área de risco, ou a presença de objetos deixados de forma suspeita podem ser identificados em tempo real.

 

É fato que a sensação de insegurança tem se tornado uma constante na vida do brasileiro. Diariamente, somos bombardeados por notícias que escancaram o aumento alarmante da criminalidade em nosso país. Sejam roubos, furtos, assaltos a residências ou empresas, a violência se alastra, minando a paz social e gerando um custo humano e econômico incalculável. Dados recentes apontam para um crescimento preocupante em diversas modalidades criminosas, e a percepção geral é de que as abordagens reativas, por si só, já não são suficientes para conter essa maré.

 

Diante de uma realidade escancarada aos olhos da população, a tecnologia pode ser usada não apenas como um auxílio, mas como uma ferramenta fundamental para reverter essa situação de refém em que se encontra a população. E, dentro desse arsenal tecnológico, o Monitoramento Proativo com Inteligência Artificial (IA) se destaca como uma alternativa não apenas eficaz, mas revolucionária no combate à ação de bandidos.

 

Tradicionalmente, a segurança atua apenas em ações corretivas: a polícia é acionada após o crime ter ocorrido, e as investigações se iniciam para identificar os responsáveis. Embora essenciais, essas medidas não evitam o dano inicial. E é exatamente nesse ponto que a Inteligência Artificial pode entrar em cena, transformando o paradigma de segurança de reativo para preditivo.

 

Imagine um sistema de vigilância que não apenas grava imagens, mas as interpreta. Não se trata mais de um operador humano olhando dezenas de telas, um trabalho exaustivo e propenso a falhas. Com a IA, algoritmos avançados são capazes de analisar padrões, identificar comportamentos suspeitos e alertar as autoridades antes que um incidente se concretize.

 

Na prática estamos falando de uma detecção de movimentos e objetos incomuns. Uma pessoa rondando um local por um tempo excessivo, um veículo parado em área de risco, ou a presença de objetos deixados de forma suspeita podem ser identificados em tempo real, bem como reconhecer padrões de comportamento. De acordo com a necessidade detectada, a IA pode ser treinada para reconhecer a linguagem corporal e as intenções que precedem uma ação criminosa, como a tentativa de arrombamento de um portão, a observação de rotinas de um estabelecimento ou a aproximação de alguém para um roubo.

 

Analisar grandes volumes de dados

Em centros de monitoramento urbanos, a IA pode cruzar informações de diversas fontes, câmeras, sensores, dados de fluxo de pessoas e veículos – para identificar áreas de risco e prever possíveis pontos de ataque, bem como identificar veículos e pessoas suspeitas: Com bancos de dados de foragidos ou veículos roubados, a IA pode emitir alertas imediatos ao detectar sua presença, agilizando a resposta policial.

 

A grande ‘sacada’ do monitoramento proativo com IA é sua capacidade de antecipação, podendo gerar alertas automatizados e priorizados. Em vez de um tsunami de informações para o operador, a IA filtra e prioriza os alertas mais críticos, garantindo uma resposta ágil e focada. Ela permite que as forças de segurança atuem preventivamente, abordando suspeitos, dissuadindo ações criminosas e até mesmo prendendo criminosos em flagrante, antes que o dano seja consumado. Isso não apenas salva vidas e patrimônios, mas também gera uma sensação de segurança muito maior na população.

 

Evidentemente, a implementação dessa tecnologia exige investimento e um debate cuidadoso sobre questões éticas e de privacidade. No entanto, os benefícios para a segurança pública e a qualidade de vida da população superam em muito os desafios. É fundamental que o poder público, em conjunto com o setor privado e a academia, impulsione a pesquisa, o desenvolvimento e a implementação de soluções de monitoramento proativo com IA em larga escala.

 

Em um país onde a criminalidade teima em crescer, ignorar o potencial da Inteligência Artificial no combate ao crime seria um erro estratégico. O monitoramento proativo com IA não é uma ideia, mas é, sem dúvida, a próxima fronteira na luta por cidades mais seguras e uma sociedade mais tranquila. É hora de abraçar essa tecnologia e virar o jogo contra a insegurança que tanto nos aflige. A proatividade, impulsionada pela inteligência artificial, é a chave para construir um Brasil mais seguro, onde a paz prevaleça sobre o medo.

 

*Emerson Douglas Ferreira é administrador e especialista em inteligência de negócios e inovação com inteligência artificial, auxiliando empresas e executivos na tomada de decisão e transformação digital, atuando na área de TI desde 1989; CEO e fundador da Meeting Soluções Estratégicas

Mais informações eferreira@meeting.com.br

 


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