Paulo leme Filho destaca a importância das datas temáticas para a conscientização sobre a dependência química e seus impactos devastadores
Em 26 de junho, o mundo celebra o Dia Internacional de Combate às Drogas, uma data estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para aumentar a conscientização sobre o problema global do uso de substâncias e a necessidade de ações preventivas. Para Paulo Leme Filho, advogado e voluntário na luta contra a dependência química, esta é uma oportunidade para reforçar a mensagem de que a prevenção salva vidas.
"Datas que se dedicam a falar sobre vícios nos convidam a refletir sobre os impactos devastadores da dependência e a importância da conscientização e prevenção”, analisa Leme Filho. Segundo ele, essa reflexão é fundamental diante de dados alarmantes.
Segundo a mais recente edição do Relatório Mundial sobre Drogas, divulgado pela ONU, mais de 292 milhões de pessoas consumiram alguma substância psicoativa, um aumento de 20% em dez anos. “Embora cerca de 64 milhões de pessoas em todo o mundo sofram de transtornos associados ao uso de drogas, apenas uma em cada 11 pessoas recebeu tratamento”, afirmam os responsáveis pela publicação, acrescentando que as mulheres sofrem mais com a negligência. “Apenas uma em cada 18 mulheres com transtornos associados ao uso de drogas recebeu tratamento, em comparação com um em cada sete homens.”
No Brasil, o uso de cocaína e derivados é uma preocupação crescente, com aproximadamente 2,5 milhões de usuários, segundo o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC). A maconha continua sendo a droga mais consumida, com cerca de 4% da população brasileira relatando uso recente. Estes números reforçam a urgência de iniciativas voltadas para prevenir e tratar a dependência de drogas.
Cigarro
O tabagismo mata mais de 8 milhões de pessoas anualmente e causa danos ambientais severos, com 600 milhões de árvores cortadas e 84 milhões de toneladas de CO2 liberadas para a produção de cigarros, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Além disso, o cigarro contém cerca de 4.700 substâncias tóxicas, sem que haja uma forma segura de consumo.
Álcool
O alcoolismo, por sua vez, afeta aproximadamente 10% da população global. No Brasil, a pesquisa Vigitel 2021 revela que 18,4% da população é bebedora abusiva, e o consumo médio de álcool é de 8,7 litros por pessoa por ano, superando a média mundial. O uso abusivo de álcool está associado a mais de 200 doenças e é responsável por 100 mil mortes anuais no país, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS).