Policlínica de Formosa reforça a importância do uso racional de medicamentos

A automedicação é um risco silencioso que ameaça a saúde pública e o tratamento adequado de doenças


A Policlínica de Formosa alerta sobre os riscos da automedicação, que afeta a saúde pública e o tratamento adequado de doenças.

A unidade alerta que o uso inadequado de medicamentos pode interferir em tratamentos, provocar intoxicações e até sobrecarregar os serviços de saúde. (Foto: IMED).



 

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais da metade dos medicamentos são utilizados de forma inadequada em todo o mundo. Estima-se que 50% dos pacientes não seguem corretamente as orientações de uso, o que compromete a eficácia dos tratamentos, aumenta o risco de efeitos adversos e sobrecarrega os sistemas de saúde. Diante desse cenário, a Policlínica Estadual da Região do Entorno – Formosa, unidade do Governo de Goiás, reforça que o uso racional de medicamentos é essencial para garantir terapias seguras e eficazes, alinhadas às boas práticas clínicas.

O uso consciente envolve a utilização do medicamento correto, na dosagem apropriada e pelo tempo necessário, sempre com acompanhamento médico. Essa prática depende tanto da prescrição responsável dos profissionais de saúde quanto da adesão consciente dos pacientes, o que melhora os resultados clínicos e previne danos à saúde.

Automedicação: um risco silencioso

Entre as condutas que mais comprometem o uso racional de medicamentos, a automedicação se destaca como um dos mais perigosos. De acordo com o Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), 89% dos brasileiros utilizam medicamentos sem orientação médica, baseando-se em experiências pessoais ou informações não profissionais. Esse comportamento coloca em risco a saúde, pois, muitas vezes, sintomas são tratados superficialmente, atrasando diagnósticos corretos e até agravando doenças.

Além disso, o uso inadequado de medicamentos pode interferir em tratamentos, provocar intoxicações e sobrecarregar os serviços de saúde com casos que poderiam ser evitados. O problema se torna ainda mais grave quando envolve substâncias como antibióticos, anti-inflamatórios e psicotrópicos. O uso indevido desses medicamentos pode gerar dependência, resistência bacteriana e desequilíbrios orgânicos.

Walisson Fausto de Sousa, coordenador da Farmácia da unidade, alerta para a singularidade de cada organismo em relação aos medicamentos. “O que pode ser eficaz para uma pessoa pode causar efeitos colaterais em outra. Por isso, é fundamental estar atento a qualquer sinal, por mais discreto que seja. O uso inadequado pode levar desde dores estomacais e úlceras até sangramentos em casos mais graves. Não existe medicamento simples. Todo tratamento deve ser iniciado com orientação médica adequada”, afirma ele.

A automedicação não afeta apenas o tratamento individual, mas também contribui para questões de saúde pública. A resistência antimicrobiana, por exemplo, é um dos maiores desafios globais da atualidade, conforme alerta a OMS. Quando antibióticos são usados de forma inadequada, favorecem o desenvolvimento de bactérias resistentes, tornando infecções mais difíceis de tratar e aumentando o risco de surtos e epidemias.

Diante de dados alarmantes, é urgente ampliar a conscientização sobre os riscos da automedicação. Buscar orientação médica ou farmacêutica deve ser encarado como um passo essencial no cuidado com a saúde, independentemente da gravidade dos sintomas. O uso de medicamentos deve sempre ser feito de forma responsável e com acompanhamento profissional, garantindo tratamentos seguros e eficazes, sem prejuízos à saúde.

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