FIEG detalha os impactos econômicos para a última semana de maio

Autoridades e representantes do setor produtivo avaliam medidas para o desenvolvimento econômico do Brasil - Ricardo Alban, Presidente da CNI durante abertura do evento do Dia da Indústria - Foto: Iano Andrade / CNI
Autoridades e representantes do setor produtivo avaliam medidas para o desenvolvimento econômico do Brasil - Ricardo Alban, Presidente da CNI durante abertura do evento do Dia da Indústria - Foto: Iano Andrade / CNI

Relatório detalha impactos no setor produtivo e perspectivas para o crescimento econômico em 2025

A última semana de maio de 2025 foi marcada por eventos econômicos significativos que impactaram o cenário industrial e econômico global e brasileiro. Baseado na análise semanal da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (FIEG) e nas principais notícias de veículos de comunicação nacionais e internacionais, este relatório detalha os acontecimentos e seus impactos no setor produtivo.

Contexto Internacional

Estados Unidos: Tarifas e Desempenho Econômico

Nos Estados Unidos, a decisão judicial que considerou ilegal a proposta de tarifas amplas da administração Trump, conforme noticiado pela Reuters, limitou o alcance da estratégia comercial do ex-presidente. A medida, que visava países com superávit comercial elevado com os EUA, foi considerada uma extrapolação das atribuições do Executivo. Apesar disso, algumas tarifas, como a de 10% sobre bens de origem americana a partir de 14 de maio, permanecem em vigor, segundo o Trade Compliance Resource Hub. A Yale Budget Lab estima que essas tarifas aumentarão os preços ao consumidor em 0,6% no curto prazo, impactando especialmente metais ferrosos (5,7%) e veículos automotores (8,4%).

A economia americana apresentou sinais mistos. O PIB do primeiro trimestre de 2025 caiu 0,2% em termos anualizados, uma melhora em relação à leitura anterior de -0,3%, conforme dados do BEA. No entanto, o mercado de trabalho mostrou sinais de arrefecimento, com os pedidos iniciais de seguro-desemprego subindo para 240 mil na última semana de maio, um aumento de 14 mil em relação à semana anterior, segundo a USA Today. Apesar da inflação não ter acelerado significativamente, o Federal Reserve deve adotar uma abordagem cautelosa, com a possibilidade de apenas um corte de juros no segundo semestre.

Europa: Estagnação e Incertezas

Na Europa, rumores sobre uma possível saída antecipada de Christine Lagarde do comando do Banco Central Europeu (BCE) aumentaram a tensão, mas foram rapidamente negados, conforme Al Jazeera. A economia europeia enfrenta dificuldades, com o PIB da França crescendo apenas 0,1% no primeiro trimestre e a taxa de desemprego da Alemanha mantendo-se em 6,3%, um nível elevado, segundo a BMO Economics. A previsão de crescimento do PIB da zona do euro para 2025 é de 0,9%, conforme a Comissão Europeia, reforçando a expectativa de que o BCE intensifique estímulos monetários nos próximos meses.

Contexto Nacional: Brasil

Volatilidade Cambial e Política Fiscal

No Brasil, a semana foi marcada por volatilidade no câmbio, com o dólar atingindo R$5,70 após o anúncio do aumento do IOF sobre aplicações no exterior, uma medida mal recebida pelo mercado, conforme o Rio Times. A proposta, que enfrenta risco de recuo, reflete os esforços do governo para cumprir a meta de déficit fiscal zero. Alternativas como a taxação de apostas esportivas online e criptoativos estão sendo consideradas, segundo a análise da FIEG.

Indicadores Econômicos Positivos

Apesar da instabilidade cambial, a economia brasileira apresentou sinais robustos. O PIB cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025, superando expectativas, conforme Reuters. O mercado de trabalho também se destacou, com a criação de mais de 257 mil vagas em abril, segundo o Caged, e uma taxa de desemprego de 6,6% no trimestre encerrado em abril, conforme TradingEconomics. Embora algumas fontes indiquem um leve aumento em relação ao trimestre anterior (6,5%), o nível é o menor para o período desde 2012, segundo o Rio Times.

A inflação permaneceu sob controle, com o IPCA-15 de maio subindo 0,36%, ante 0,43% em abril, acumulando 5,40% em 12 meses. O IGP-M registrou deflação de 0,49%, ambos indicadores mais brandos que o esperado. As concessões de crédito cresceram 3,1% em abril, com a taxa média de juros subindo para 31,7% ao ano, segundo o Banco Central. Os indicadores de confiança da FGV mostraram alta no consumidor e na indústria, com aumento no uso da capacidade instalada, embora o setor da construção permaneça cauteloso.

Projeções e Política Monetária

A FIEG projeta um crescimento econômico de 3% para 2025, impulsionado pelos dados positivos do primeiro trimestre. O Banco Central deve manter a taxa de juros em 14,75% ao longo do ano, refletindo a necessidade de equilíbrio entre crescimento e controle inflacionário.

Contexto Regional: Setor Agrícola

Influenza Aviária e Vigilância

No Rio Grande do Sul, a confirmação de mais um caso de influenza aviária em ave silvestre, reportada pela Reuters, reforça a necessidade de vigilância no setor avícola. Embora o surto tenha sido contido, segundo o MercoPress, a investigação de possíveis casos em fazendas comerciais continua.

Febre Aftosa e Competitividade

Um marco significativo foi a certificação do Brasil como zona livre de febre aftosa sem vacinação, reconhecida pela Organização Mundial de Saúde Animal em 29 de maio, conforme Folha. Esse status deve ampliar mercados para exportação de carne, elevando a competitividade do setor pecuário.

Apoio ao Produtor e Investimentos

O Ministério do Planejamento aprovou a prorrogação de dívidas de produtores afetados por estiagens, com custo estimado de R$136 milhões em 2025. A indústria de máquinas agrícolas, representada pela Abimaq, pressiona por R$25 bilhões anuais do Plano Safra para irrigação e armazenagem, visando reduzir perdas e aumentar a produtividade. A produção de ração animal deve crescer 3% em 2025, segundo o Sindirações, refletindo a resiliência da cadeia pecuária.

Impactos no Setor Industrial

Internacional

As tarifas americanas, embora limitadas judicialmente, devem aumentar os custos de importação, impactando cadeias de suprimento globais, incluindo o Brasil. A estagnação europeia pode reduzir a demanda por exportações brasileiras, especialmente de commodities. No entanto, a resiliência da economia americana sugere que o comércio bilateral pode se manter estável, com o Federal Reserve adotando uma postura cautelosa.

Nacional

A volatilidade cambial pode encarecer insumos importados, afetando a indústria, mas o crescimento do PIB e a criação de empregos sustentam a demanda interna. A certificação de zona livre de febre aftosa fortalece o agronegócio, um pilar da economia brasileira, enquanto os desafios com a influenza aviária exigem investimentos em biossegurança.

Regional

Em Goiás, a FIEG destaca a importância de apoiar o setor produtivo frente a esses desafios. A prorrogação de dívidas e o crescimento projetado na produção de ração animal são positivos para a agroindústria local. A federação continua a liderar iniciativas de inovação e competitividade, além de promover ações sociais por meio do Fieg + Solidária.

Tabela de Indicadores Econômicos
Indicador Valor Fonte
PIB EUA (Q1 2025, anualizado) -0,2% BEA
Pedidos de Seguro-Desemprego EUA 240 mil USA Today
PIB França (Q1 2025) +0,1% Bloomberg
Desemprego Alemanha (Maio 2025) 6,3% BMO Economics
PIB Brasil (Q1 2025) +1,4% Reuters
Taxa de Desemprego Brasil (Abril) 6,6% TradingEconomics
IPCA-15 (Maio 2025) +0,36% (5,40% em 12 meses) FIEG
IGP-M (Maio 2025) -0,49% FIEG
Dólar (USD/BRL, 28/05/2025) R$5,6952 Rio Times

A última semana de maio de 2025 reflete um cenário de contrastes: incertezas globais, com restrições às tarifas americanas e estagnação europeia, convivem com a resiliência da economia brasileira, impulsionada por crescimento do PIB, criação de empregos e avanços no setor agrícola. A FIEG, com sua atuação estratégica, continua a fortalecer o setor industrial de Goiás, promovendo competitividade e solidariedade em um ambiente econômico desafiador.

Papel da FIEG

Fundada em 17 de dezembro de 1950, a FIEG tem sido um pilar do desenvolvimento industrial em Goiás, colaborando com os poderes públicos para consolidar o parque industrial do estado. Por meio do programa Fieg + Solidária, a federação mobiliza industriais e comunidades para apoiar os mais necessitados, com doações de alimentos, produtos de higiene e iniciativas como a oferta de almofadas do coração para mulheres mastectomizadas. A FIEG lidera em empreendedorismo, inovação e solidariedade, trabalhando pelo crescimento de Goiás e pela qualidade de vida de seus cidadãos.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem